MATO GROSSO-
CATACLISMA AMBIENTAL ANUNCIADO E IGNORADO-ESTUDO FENOMENOLOGICO
Na
mídia braileira o que chamou a atençao de meados de 2018 foi o
lançamento de forte campanha publicitária em horário nobre na
principal rede de televisão aberta com o nome abrangente de AGRO.
Nela
, uma imponente voz masculina, sem receios e com toda segurança ,
alardeia como verdadeira solução para o Brasil o suporte ao
“agrobusiness” ou “agro-negócio”, recheada de imagens de
produtos agricolas de excepcional qualidade, gado bem nutrido em
verdejantes pastos , extensas plantações e caminhões gigantescos a
“escoar” a produção.
Elaborada
e patrocinada pela chamada “bancada ruralista”, a campanha utilza
métodos do nada saudoso carrasco nazista Goebbels1 , o
mesmo que pregava que uma mentira dita mil vezes acabaria virando uma
verdade.
Em
suma, em algumas semanas o cidadão comum assitindo o show de imagens
com quadros de meio segundo alternando entre paisagens maravilhosas e
instalações industriais de ultima geração passa realmente a
acreditar que o “agrobusiness” é a solução para todos os
problemas do Brasil.
DA
ANALISE FENOMENOLOGICA REDUCIONISTA EXAURIENTE
Em
verdade, a maliciosa campanha televisiva (maliciosa porque apregoa
inverdades de forma vil e escancarada) iniciou-se a partir do
envolvimento dos sócios de um famoso frigorífico brasileiro, que
inclsuive já tomou ares de empresa multinacional , em grande
operação anti corrupção brasileira a nível de justiça federal.
Emergindo
financiamentos escandalosos, evasão de divisas e lavagem de
dinheiro, efetivamente a denominada bancada ruralista contra atacou
com a campanha AGRO, ainda situada que se encontra em plena década
de setenta, quando as elites brasileiras tinham certeza da facilidade
em se manipular a opinião publica via informação audiovisual
televisiva2.
A
análise fenomenologica reducionista exauriente, método que prega o
uso simultaneo de todas as ciencias com a sabedoria da filosofia, por
assim somar o contexto que envolve a campanha AGRO e seus
desdobramentos a nível regional ou nacional:
1-A
grande explosao da pecuária e soja em areas matogrossenses, a partir
da década de setenta e com verdadeira explosão a partir de finais
dos anos oitenta...
acarretam
os seguintes desdobramentos:
1a-
desmatamento desenfreado, que geram
-assoreamento
de rios e lagos
-descontrole
de temperatura ambiente
-aumento
de problemas de saúde na população
-cardiacos
-pele
-aumento
de doenças endemicas,mesmo já erradicadas
-aumento problemas respiratórios
-aumento problemas oftalmológicos
-destruição da fauna local
-aumento
desenfrado de pragas (mosquitos,baratas,roedores)
-explosão de doenças exoticas (dengue,xicunguya,zica)
1b-
conflitos agrários com grupamentos silvícolas ou nativos de
determinadas regiões..
-inchaço
das pequenas cidades
-assitencia
médica deficiente
-falta
de saneamento basico
-falta
de serviços publicos basicos (educação, segurança,etc)
-desemprego
-alcoolismo
-drogas
-formação
de crime organizado
-
superlotação de presídios e delegacias
-travamento
do sistema judiciário por excesso de processos
1c-
aumento do êxodo rural pelo desemprego advindo da mecanização;
-inchaço
das pequenas cidades
-assitencia
médica deficiente
-falta
de saneamento basico
-falta
de serviços publicos basicos (educação, segurança,etc)
-desemprego
-alcoolismo
-drogas
-formação
de crime organizado
-
superlotação de presídios e delegacias
1d-
empobrecimento das comunidades indígenas premiadas pela enormidade
dos latifundios;
-miséria;
-alcoolismo
-suicídios
1e-
geração e concentração de renda somente em relação aos
latifundiários;
-sonegação
-dominio
do poder politico
-corrupção
É
claro que este pequeno trabalho não tem a pretensão de querer
exaurir a probletmática do AGRO para o Matogrosso, o que
possibilitaria a feitura de um volumoso compêndio, mas o que se pode
perceber do pequeno quadro acima é que, como círculo vicioso, o
“agrobusiness” é destrutivo, concentrador de renda, alterador
de realidade social, alterados de realidade climatológica e
ambiental, gerador de corrupção e muitos mais aspectos nefastos
atralados à monocultura.
DA
TEMÁTICA ENVOLVENDO A GEOGRAFIA
Em
se tratando de GEOGRAFIA, primeiramente cumpre informar que as
ciências brasileiras vão precisar encontrar um ponto de
convergencia e cooperação, se quiserem sobreviver ou se de algum
modo quiserem crescer e fazer a diferença em nossa pobre sociedade.
Com
a cooperação de todas as ciências , fica extremamente fácil e
prazeroso encontrar a verdade, sendo que atualmente em nossos dias a
verdade é necessária sob pena da destruição do planeta como um
todo.
DA
DESTRUIÇÃO DO CERRADO
O
Cerrado , por suas características que acabam não sendo
espetaculares no campo estético, foi sistematicamente envolvido em
manipulação que permitiu à opinião publica perceber
equivocadamente que o mesmo não teria importância ambiental, sendo
próximo a um deserto do que a uma floresta.
Tal
erronea afirmação foi a tônica e deu sinal verde para a ocupação
desenfreada das áreas de Cerrado a partir da segunda metade do
século XX , como ocorreu com a construção de Brasília e a
ocupaçao desenfreada do Estado do Mato Grosso a partir da década de
80, com as levas de migrantes vindos do Sul e dispostos a explorar
ao maximo a “imensidão vazia” das terras.
Ao
contrario, o Cerrado viceja em vida3 , sendo
importantíssimo ecossistema a garantir a transição entre a
floresta amazônica e o Pantanal Matogrossense , e a origem da
maioria das bacias hodrográficas brasileira4:
-Rio
Xingu (Bacia Amazonica)
-
Rio Tocantins (Bacia do Tocantins-Araguaia)
-
Rio Araguaia (Bacia do Tocantins-Araguaia)
-
Rio São Francisco (Bacia do São Francisco)
-
Rio Parnaíba (Bacia do Parnaíba)
-
Rio Gurupi (Bacia Atlântico leste ocidental)
-
Rio Jequitinhonha (Bacia do Atlântico leste)- Rio Paraná (Bacia do
Paraná)
-
Rio Paraguai (Bacia do Paraguai) – lembrando que a bacia do
Paraguai une-se à do Paraná e forma a Bacia
do Rio da Prata ou Bacia
Platina,
abrangendo também o Paraguai, o Uruguai e a Argentina.
Mesmo
o incrivelmente importante AQUIFERO GUARANI, subterrâneo e de
proporções continentais, tem suas origens no cerrado brasileiro.
Infelizmente,
todos agem como se o Cerrado fosse paisagem absolutamente descartável
e
com possibilidade de destruição sem nenhuma piedade ou remorso.
Desse
modo já se começa a ter um pequeno quadro do desastre ambiental que
se acerca, com nenhuma atenção de nossas autoridades (na verdade os
atuais proprietários das imensas áreas de plantação e pecuária),
que com pequena união de varias ciências marcam um apocalipse ainda
mais perverso:
1-
Soja como cultura monocultural;
-encarecimento
alimentos (economia)
-importação
alimentos basicos
-excesso
de agrotóxicos (Química)
-intoxicação
população (Medicina)
-desaparecimento
de insetos importantes (entomologia)
-desaparecimento
de aves e pequenos animais(Veterinária)
-desaparecimento
de peixes em fauna de agua doce(Veterinária,Ictiologia)
-perda
significativa de cobertura útil do terreno a cada plantio (Geologia)
-assoreamento
de rios e lagos e suas consequencias (engenharia, Biologia)
-cocnentração
de renda (Economia)
2-Pecuária
extensiva
-desmatamento
de grandes áreas (Ecologia)
-Concentração
de renda;
-conflitos
agrários;
-poluição
residual pós abate grave
É
de se repisar que estes apenas são um pequeno exemplo da gravidade
da situação, sendo que em verdade, fora a diminuta e duvidosa
pequenez moral da atividade “agrobusiness”, alguns
aspectos conclusivos se pode chegar, à uma observação mais atenta
e usando toda a gama de informações da FARE (Fenomenologia
Analítica Reducionista Exauriente) , a ver:
1-
Utilização do mínimo de mão de obra devido à mecanização;
2-
Práticas cruéis, insensíveis e desumanas com toda a fauna
envolvida;
3-Os
enormes lucros gerados não são revertidos para o entorno da área
de plantio\pecuária;
4-Toda
a desastrosa carga ambiental é debitada justamente nos ombros da
população local, que fica somente com a doença , o desconforto e o
atraso de vida;
Por
mais incrível que possa parecer, mesmo a História tem serventia em
se tratando de FARE e seus resultados certeiros, posto que em 1936 um
desatre ambiental5 no meio oeste americano, devido
justamente ao desmatamento , à monocultura e à pecuária levaram ao
famoso (mas tambem esquecido convenientemente) “dust bowl” ,
quando uma giganesca nuvem de poeira praticamente cobriu os Estados
Unidos por muitos meses, matando milhares de pessoas e arruinando o
país que mal havia saído da depressão de 1927.Foram necessários
anos de trabalho árduo para se reverter a situação, que por pouco
não teria solução.
Efetivamente
já se ouvem notícias esparsas de “poeirão” pós colheita de
soja no Mato Grosso, sendo somente uma questão de tempo o cataclismo
ambiental se instalar, tudo em nome da ganância desenfreada e ,
infelizmente, omissão do povo.
SOLUÇÕES
Se
da pouco provável mudança de mentalidade da elite politica dona
das terras efetivamente tomadas das populações nativas, ou
compradas a preço simbólico em artimanhas de cartório, as soluções
que se apresentam antes da tragédia:
1-Criação
de imposto de recuperação ambiental de nível municipal por sobre o
lucro do agrobusiness
2-Obrigatoriedade
de investimento de mesmo que pequeno porcentual dos lucros do
agrobusiness diretamente no município em que se desenvolvem as
atividades;(saneamento, saúde,educação)
3-Controle
absoluto dos agrotóxicos e perda de material de terreno em
plantações e pastagens;
4-Obrigação
de replantio de “segunda mata” em terras já exauridas e
abandonadas, com exclusividade de especies de cobertura vegetal
nativas da região;
5-Obrigação
de criação de viveiros de espécies nativas em proporção ao
tamanho do latifúndio para repovoamento de areas cultivadas
recuperadas;
6-Criação
de sistema de qualificação ambiental que ateste o impacto ambiental
de determinada atividade rural envolvida em “agrobusiness” , com
obrigatoriedade de manutenção de assitencia médica compatível no
municipio onde se desenvolve a atitidade mais predatória.
Somente
essas pequenas ideias já teriam o impacto necessário para começar
a mudar a iminentemente trágica situação ambiental que se
apresenta, mas se conhecendo nossos governantes, os mesmos só vão
tentar tomar alguma atitude depois de um cataclísmico desastre
ambiental.
5-http://pagina22.com.br/2012/11/20/dust-bowl-o-desastre-ambiental-esquecido/
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