sexta-feira, 8 de março de 2019

PEQUENA CONSIDERAÇÃO SOBRE A PROPOSTA DE SERGIO MORO SOBRE A CRIMINALIDADE A LUZ DA FENOMENOLOGIA ANALITICA REDUCIONISTA EXAURIENTE








o PROJETO DE LEI apresentado , esperado como o resultado de uma mente brilhante no combate à criminalidade, infelizmente é tentativa pífia de se combater todo um sistema estrutural voltado ao lucro fácil e absurdamente elevado em um arremedo de país de quarto mundo com pretensões de algum dia ser considerado ao menos um país.

Os erros de sempre são notáveis:

1- Legislar sem consulta popular;

2- Legislar sem um entendimento e vivência da realidade brasileira e suas milhares de micro regiões

3- Atitude arrogante de se tentar controlar todo uma realidade brutal na base do decreto

4- Atacar os resultados da criminalidade, não suas causas , facilidades ou motivações;

5-Atitude arrogante de se auto proclamar conhecedor de uma realidade com base em formação acadêmica e realidades totalmente díspares da popular;

Resta evidente que esse enorme esparadrapo não terá a menor serventia além do que fazer a alegria dos criminosos ou dos que estão propensos a sê-lo depois de uma vida de trabalho honesto premiado com baixos salários , aposentadoria incerta.

A tentação de se praticar crimes que resultem em enriquecimento rápido , na certeza de acordos e conchavos de leniência chega a ser algo palpável e totalmente risível quando se lê mais atentamente a proposta.

Em suma , o paraíso do crime no planeta Terra continua sendo o pobre Brasil e sua grande cambada de espertalhões, que sabem mais do que ninguém que as autoridades que se arvoram em combatê-los estão totalmente alienadas da realidade.

sexta-feira, 1 de março de 2019

PEQUENO ENSAIO fenomenologia sobre o matogrosso e o iminente desatre ambiental do agronegócio










MATO GROSSO- CATACLISMA AMBIENTAL ANUNCIADO E IGNORADO-ESTUDO FENOMENOLOGICO


Na mídia braileira o que chamou a atençao de meados de 2018 foi o lançamento de forte campanha publicitária em horário nobre na principal rede de televisão aberta com o nome abrangente de AGRO.
Nela , uma imponente voz masculina, sem receios e com toda segurança , alardeia como verdadeira solução para o Brasil o suporte ao “agrobusiness” ou “agro-negócio”, recheada de imagens de produtos agricolas de excepcional qualidade, gado bem nutrido em verdejantes pastos , extensas plantações e caminhões gigantescos a “escoar” a produção.
Elaborada e patrocinada pela chamada “bancada ruralista”, a campanha utilza métodos do nada saudoso carrasco nazista Goebbels1 , o mesmo que pregava que uma mentira dita mil vezes acabaria virando uma verdade.
Em suma, em algumas semanas o cidadão comum assitindo o show de imagens com quadros de meio segundo alternando entre paisagens maravilhosas e instalações industriais de ultima geração passa realmente a acreditar que o “agrobusiness” é a solução para todos os problemas do Brasil.

DA ANALISE FENOMENOLOGICA REDUCIONISTA EXAURIENTE

Em verdade, a maliciosa campanha televisiva (maliciosa porque apregoa inverdades de forma vil e escancarada) iniciou-se a partir do envolvimento dos sócios de um famoso frigorífico brasileiro, que inclsuive já tomou ares de empresa multinacional , em grande operação anti corrupção brasileira a nível de justiça federal.
Emergindo financiamentos escandalosos, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, efetivamente a denominada bancada ruralista contra atacou com a campanha AGRO, ainda situada que se encontra em plena década de setenta, quando as elites brasileiras tinham certeza da facilidade em se manipular a opinião publica via informação audiovisual televisiva2.
A análise fenomenologica reducionista exauriente, método que prega o uso simultaneo de todas as ciencias com a sabedoria da filosofia, por assim somar o contexto que envolve a campanha AGRO e seus desdobramentos a nível regional ou nacional:

1-A grande explosao da pecuária e soja em areas matogrossenses, a partir da década de setenta e com verdadeira explosão a partir de finais dos anos oitenta...

acarretam os seguintes desdobramentos:

1a- desmatamento desenfreado, que geram
-assoreamento de rios e lagos
-descontrole de temperatura ambiente
-aumento de problemas de saúde na população
-cardiacos
-pele
-aumento de doenças endemicas,mesmo já erradicadas
-aumento de aerossóis na atmosfera
-aumento problemas respiratórios
-aumento problemas oftalmológicos
-destruição da fauna local
-aumento desenfrado de pragas (mosquitos,baratas,roedores)
-explosão de doenças exoticas (dengue,xicunguya,zica)


1b- conflitos agrários com grupamentos silvícolas ou nativos de determinadas regiões..
-inchaço das pequenas cidades
-assitencia médica deficiente
-falta de saneamento basico
-falta de serviços publicos basicos (educação, segurança,etc)
-desemprego
-alcoolismo
-drogas
-formação de crime organizado
- superlotação de presídios e delegacias

-travamento do sistema judiciário por excesso de processos

1c- aumento do êxodo rural pelo desemprego advindo da mecanização;
-inchaço das pequenas cidades
-assitencia médica deficiente
-falta de saneamento basico
-falta de serviços publicos basicos (educação, segurança,etc)
-desemprego
-alcoolismo
-drogas
-formação de crime organizado
- superlotação de presídios e delegacias

1d- empobrecimento das comunidades indígenas premiadas pela enormidade dos latifundios;
-miséria;
-alcoolismo
-suicídios

1e- geração e concentração de renda somente em relação aos latifundiários;
-sonegação
-dominio do poder politico
-corrupção

É claro que este pequeno trabalho não tem a pretensão de querer exaurir a probletmática do AGRO para o Matogrosso, o que possibilitaria a feitura de um volumoso compêndio, mas o que se pode perceber do pequeno quadro acima é que, como círculo vicioso, o “agrobusiness” é destrutivo, concentrador de renda, alterador de realidade social, alterados de realidade climatológica e ambiental, gerador de corrupção e muitos mais aspectos nefastos atralados à monocultura.

DA TEMÁTICA ENVOLVENDO A GEOGRAFIA

Em se tratando de GEOGRAFIA, primeiramente cumpre informar que as ciências brasileiras vão precisar encontrar um ponto de convergencia e cooperação, se quiserem sobreviver ou se de algum modo quiserem crescer e fazer a diferença em nossa pobre sociedade.
Com a cooperação de todas as ciências , fica extremamente fácil e prazeroso encontrar a verdade, sendo que atualmente em nossos dias a verdade é necessária sob pena da destruição do planeta como um todo.

DA DESTRUIÇÃO DO CERRADO

O Cerrado , por suas características que acabam não sendo espetaculares no campo estético, foi sistematicamente envolvido em manipulação que permitiu à opinião publica perceber equivocadamente que o mesmo não teria importância ambiental, sendo próximo a um deserto do que a uma floresta.
Tal erronea afirmação foi a tônica e deu sinal verde para a ocupação desenfreada das áreas de Cerrado a partir da segunda metade do século XX , como ocorreu com a construção de Brasília e a ocupaçao desenfreada do Estado do Mato Grosso a partir da década de 80, com as levas de migrantes vindos do Sul e dispostos a explorar ao maximo a “imensidão vazia” das terras.
Ao contrario, o Cerrado viceja em vida3 , sendo importantíssimo ecossistema a garantir a transição entre a floresta amazônica e o Pantanal Matogrossense , e a origem da maioria das bacias hodrográficas brasileira4:

-Rio Xingu (Bacia Amazonica)


- Rio Tocantins (Bacia do Tocantins-Araguaia)
- Rio Araguaia (Bacia do Tocantins-Araguaia)
- Rio São Francisco (Bacia do São Francisco)
- Rio Parnaíba (Bacia do Parnaíba)
- Rio Gurupi (Bacia Atlântico leste ocidental)
- Rio Jequitinhonha (Bacia do Atlântico leste)- Rio Paraná (Bacia do Paraná)
- Rio Paraguai (Bacia do Paraguai) – lembrando que a bacia do Paraguai une-se à do Paraná e forma a Bacia do Rio da Prata ou Bacia Platina, abrangendo também o Paraguai, o Uruguai e a Argentina.

Mesmo o incrivelmente importante AQUIFERO GUARANI, subterrâneo e de proporções continentais, tem suas origens no cerrado brasileiro.







Infelizmente, todos agem como se o Cerrado fosse paisagem absolutamente descartável e com possibilidade de destruição sem nenhuma piedade ou remorso.

Desse modo já se começa a ter um pequeno quadro do desastre ambiental que se acerca, com nenhuma atenção de nossas autoridades (na verdade os atuais proprietários das imensas áreas de plantação e pecuária), que com pequena união de varias ciências marcam um apocalipse ainda mais perverso:

1- Soja como cultura monocultural;
-encarecimento alimentos (economia)
-importação alimentos basicos
-excesso de agrotóxicos (Química)
-intoxicação população (Medicina)
-desaparecimento de insetos importantes (entomologia)
-desaparecimento de aves e pequenos animais(Veterinária)
-desaparecimento de peixes em fauna de agua doce(Veterinária,Ictiologia)

-perda significativa de cobertura útil do terreno a cada plantio (Geologia)
-assoreamento de rios e lagos e suas consequencias (engenharia, Biologia)
-cocnentração de renda (Economia)

2-Pecuária extensiva
-desmatamento de grandes áreas (Ecologia)
-Concentração de renda;
-conflitos agrários;
-poluição residual pós abate grave

É de se repisar que estes apenas são um pequeno exemplo da gravidade da situação, sendo que em verdade, fora a diminuta e duvidosa pequenez moral da atividade “agrobusiness”, alguns aspectos conclusivos se pode chegar, à uma observação mais atenta e usando toda a gama de informações da FARE (Fenomenologia Analítica Reducionista Exauriente) , a ver:

1- Utilização do mínimo de mão de obra devido à mecanização;
2- Práticas cruéis, insensíveis e desumanas com toda a fauna envolvida;
3-Os enormes lucros gerados não são revertidos para o entorno da área de plantio\pecuária;
4-Toda a desastrosa carga ambiental é debitada justamente nos ombros da população local, que fica somente com a doença , o desconforto e o atraso de vida;

Por mais incrível que possa parecer, mesmo a História tem serventia em se tratando de FARE e seus resultados certeiros, posto que em 1936 um desatre ambiental5 no meio oeste americano, devido justamente ao desmatamento , à monocultura e à pecuária levaram ao famoso (mas tambem esquecido convenientemente) “dust bowl” , quando uma giganesca nuvem de poeira praticamente cobriu os Estados Unidos por muitos meses, matando milhares de pessoas e arruinando o país que mal havia saído da depressão de 1927.Foram necessários anos de trabalho árduo para se reverter a situação, que por pouco não teria solução.








Efetivamente já se ouvem notícias esparsas de “poeirão” pós colheita de soja no Mato Grosso, sendo somente uma questão de tempo o cataclismo ambiental se instalar, tudo em nome da ganância desenfreada e , infelizmente, omissão do povo.




SOLUÇÕES

Se da pouco provável mudança de mentalidade da elite politica dona das terras efetivamente tomadas das populações nativas, ou compradas a preço simbólico em artimanhas de cartório, as soluções que se apresentam antes da tragédia:

1-Criação de imposto de recuperação ambiental de nível municipal por sobre o lucro do agrobusiness

2-Obrigatoriedade de investimento de mesmo que pequeno porcentual dos lucros do agrobusiness diretamente no município em que se desenvolvem as atividades;(saneamento, saúde,educação)

3-Controle absoluto dos agrotóxicos e perda de material de terreno em plantações e pastagens;

4-Obrigação de replantio de “segunda mata” em terras já exauridas e abandonadas, com exclusividade de especies de cobertura vegetal nativas da região;

5-Obrigação de criação de viveiros de espécies nativas em proporção ao tamanho do latifúndio para repovoamento de areas cultivadas recuperadas;

6-Criação de sistema de qualificação ambiental que ateste o impacto ambiental de determinada atividade rural envolvida em “agrobusiness” , com obrigatoriedade de manutenção de assitencia médica compatível no municipio onde se desenvolve a atitidade mais predatória.

Somente essas pequenas ideias já teriam o impacto necessário para começar a mudar a iminentemente trágica situação ambiental que se apresenta, mas se conhecendo nossos governantes, os mesmos só vão tentar tomar alguma atitude depois de um cataclísmico desastre ambiental.


5-http://pagina22.com.br/2012/11/20/dust-bowl-o-desastre-ambiental-esquecido/