sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PROFESSOR RECLAMANDO DE ALUNOS


A solução é a universidade e a escola fazerem mais parte da sociedade...os professores , a partir da década de 80 , de forma diametralmente oposta à abertura politica da época começaram um processo de trancamento em si mesmo de todo o ensino público, como se fosse algo alheio à sociedade como um todo...está de um jeito que quando se fala em ensino somente vem à cabeça as escolas particulares..e mesmo as universidades federais e estaduais já estão começando a ficar para trás em matéria de fama e qualidade de ensino.

Nao sei como se deu isso, ..se por politicagem comezinha interna de cada escola e Universidade, ou por uma alienação dos professores que não compreenderam que o mundo iria , está e vai mudar cada dia mais rapidamente, ou mesmo uma submissão escanrada aos ditames do Poder executivo, onde cada prefeito de cada cidadezinha é um Príncipe que manda e desmanda em cargos e salários de diretores e professores, duvidando eu que ainda nao existam professores pelo interior ganhando menos de 1/2 do salário minimo mensalmente.(com os governadores não é diferente).

O interessante é que os professores sempre se apresentam como vitimas ou saco de pancadas..mas acho que têm uma real e preocupante parcela de culpa desde que não desenvolveram esforços para encontrar caminhos para a escola publica em um mundo que muda a cada dia. Preferem uma adaptação reversa, como a opção em estudar mais e mais e assim se isolar do mundo real, com as já ridículas e intermináveis pós da pós do Doutorado do Mestrado do....quando com mais de trinta anos o doutor ainda não teve tempo de enfrentar a vida lá fora ou efetivamente auxiliar a sociedade com seu conhecimento, geralmente de uma especialização absurda e distante.

O confronto já dura vários anos...entre o professor que , resignado com o baixo salario e qualidade de instalações limita-se a dar uma `aulinha` aborrecida  que se repete a cada dia e o aluno, que vem de uma família que não  tem mais valores firmes ou válidos; onde tudo é permitido e que qualquer reprimenda é encarada como uma ofensa inominável.

É por isso que, de uns anos para cá, quando um professor repreende um aluno, os pais vão à escola para agredir professor, e não encontrar uma solução conjunta, pois não admitem que o filho possa estar errado ou esteja sendo mal criado.

Acredito que agora é tarde para arrumar essa situação...teria de ser feito todo um trabalho de reorganização social e politica brasileira, o que só um confronto armado interno ou uma guerra poderia oportunizar.

E se a PM entrar em greve em sua cidade..não saia para a balada hoje à noite, por favor!!!



 Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011****
Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)****
Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no
Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a
disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio.   Pois bem, olha só
o que me aconteceu:   estou eu dando aula para uma turma de segundo ano.
Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á
aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para  “fazer
uma social”.  Para rever os conhecidos.
Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o
conteúdo que abordávamos. ****
Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis
que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que
necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna,
interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e
prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela
menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse
outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali
naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um
local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar,
quando falei que não discutiria mais com ela. ****
Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu
ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente
de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor
da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que
aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha
versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido
errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola. ****
Qual passo dado pela mãe?  Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que
comparecer no dia 13/07/11, na  8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto
Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma
adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é
para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que
chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor
porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento
e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil. ****
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras
opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade
frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com
frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que
dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os
professores neste país''.****

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Please rational coments: