A prisão de Roman parece inaugurar uma nova ordem mundial.
A prisão do cineasta Polanski na ultra civilizada Suíça é daquelas confluências astronômicas de alinhamento de planetas que somente ocorrem em muitas décadas.No caso do `enfant terrible` da década de sessenta , verdadeiro alinhamento de tendências e seriedades incompreendidas por nós brazucas .Primeiramente a pesada onda de anti-pedofilia que se instalou na Europa, principalmente após descobertas de terríveis crimes de prisão domiciliar , seqüestro e mesmo morte por inanição de criancinhas em países civilizatoriamente acima de qualquer suspeita, que de pronto denota mal cheiroso extrato social marginalizado mesmo em terras que insistem vender como cartão postal vilarejos nevados e castelos encantados.Depois, o mundo não é mais o mesmo depois do 9/11, onde os aeroportos internacionais estão aparelhados , alem dos sistemas de detecção de armas e produtos químicos e explosivos, com monumental rede de informações computadorizadas
Nada e ninguém estão mais em seu livre direito de ir e vir, bastando somente uma ordem eletrônica emitida por algum país para que outros, imbuídos de algum pouco de seriedade, mantenham em seus registros computacionais a pendenga por décadas a fio, acabando o alvo , um dia, sendo detido.
No caso de Polanski, o pretenso crime ocorreu há trinta anos, quando a Interpol usava o TELETIPO (pergunte ao seu pai se não sabe o que é) para comunicação , e a maioria dos países usava velhas fichas datilografadas estilo DOI-CODI para combater o crime, que por sua vez não é a indústria absurdamente organizada dos dias atuais.
De nada adiantará o certo apoio da comunidade artística internacional, posto que o governo americano, empenhado na luta antiterrorista, não poderá `aliviar` uma condenação , mesmo que trintenária, e deixar o rapaz ir embora, o que vai gerar distensão de objetivos.Mesmo porque também não poderá favorecer este ou aquele por ser rico ou famoso, desmoralizando seu sistema conhecido pela rigidez de princípios , que acabam possibilitando a pena capital em alguns Estados.
O azar do cineasta foi a crescente preocupação mundial com os crimes de ordem sexual contra crianças e adolescentes, onde recursos e pessoal estão sendo gastos em proporções quase iguais aos envolvidos no combate ao tráfico de drogas e crime organizado, como também foi seu azar uma total falta de assessoria e informação (será que ninguém comentou o caso do Cacciola em Mônaco com o Pôla?)
Resta concluir que será impossível uma `unificação penal` a nível mundial ante a enormidade de diferenças culturais e civilizatórias, onde um afago em uma cultura pode ser considerada uma obscenidade em outra, e mesmo as penas aplicadas são totalmente discrepantes ...esperamos que o santo do Polanski seja forte e a Suíça o liberte sob algum tipo de alegação prescricional, senão ele vai passar o resto de seus dias em Atwater.
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