Enquanto estão sendo escritas essas linhas esse senhor de aparência
intragável se encontra preso há mais de ano e meio. Sem julgamentos e questionamentos,
o importante é salientar o anômalo poder que atualmente goza o judiciário como
maquina de fácil agilidade em resposta à equivocada mídia , e como sumidouro de vidas humanas
quando se trata de questões de ordem sexual. Participante de um decadente
programa televisivo onde pessoas de diversas idades, classes sociais e etnias
se encontram confinados em por 90 dias uma casa em que a maioria dos
brasileiros adorariam passar o resto de suas vidas, o cidadão da fotografia, de
uma antipatia mastodôntica, notabilizou-se em falar disparates sobre suas
preferencias sexuais com mulheres de tenra idade e entrar em rusgas com as
beldades confinadas com ele, onde foi ofendido por diversas vezes quanto à
idade , atitudes e odor corporal.
Retirado do programa devido ao curso normal do duvidoso e
copiado jogo, Laercio de volta para a capital paranaense tem pouco tempo para
usufruir sesu quinze minutos de fama, sabiamente previstas por Wandy Warholl na
década de 70.
Logo envolvido em mexericos, denuncias de todo modo
aleatórias e advindas de menores justamente pela repentina fama, em resposta quase imediata as autoridades
policiais "especializadas", respondendo pequeno maremoto de mexericos que se formou logo entabulou rapidíssimo inquérito
policial e pediu a prisão preventiva do aspirante a playboy.
Na sequencia, deferida a preventiva por um judiciário sempre
preocupado em desnortear o publico com decisões as mais disparatadas, o cidadão
é simplesmente executado em praça publica, sem nenhuma chance.
Levado de camburão com a devida cobertura midiática , logo
depois o mesmo tem sua residência invadida, onde levam os computadores e objetos
pessoais como provas , sendo que o acusado mora com sua mãe de 80 anos, sem ninguém
se importar com o susto ou trauma da idosa , que alguns dias antes já
havia visto levarem seu filho.
O mais grave é que, já engolido por uma absurdamente ágil
maquina repressora (que não age do mesmo modo em todos os outros tipos de
crime) o antipático é simplesmente esquecido já por quase ano e meio nos
presídios paranaenses , com sua prisao resistindo mesmo a habeas corpus em segundo grau de jurisdição.
Em suma, 400 longos dias se passaram sem que se saiba,
protegido o Estado pelo “segredo de Justiça” que nada beneficia o acusado, por quê não se encontra condenado ou não se sabe a que
ponto anda seu processo, ou mesmo se houve prova de algum estupro ou molestação
de vulneráveis.
O que somente se sabe é que Laercio não será o mesmo homem
que entrou na cadeia paranaense. Em nossos dias de total indiferença, o Estado
pouco está ligando que o senhor que tinha um sorriso no rosto barbudo tornará a
rir, pois aprendeu que o Estado, a uma simples queixa , pode esmaga-lo na unha
como a uma pulga.
É necessária a revisão filosófica fenomenológica do trato com
os crimes sexuais, posto que todos os acusados são colocados na vala comum da bestialidade e
tratados como criminosos culpados e execráveis, quando na maioria das vezes são
pobres homens (e mulheres) doentes e
somente precisando de um pequeno tratamento, isso quando não são vitimas de
pequenas e odiosas vinganças de ex-companheiras e esposas.
Exemplos cruéis já vem de décadas , como a hedionda ESCOLA DE
BASE em São Paulo, onde um delegado carreirista e uma série de irresponsabilidades
destruíram a vida de dois educadores, mãe e filho, com a mãe a morrer de
tristeza e o filho a suicidar-se, mesmo quando foi provada a mentira das
crianças.
Mesmo esses exemplos não servem para um judiciário estanque e
insensível em cada Estado, que não se abala em lapidar práticas germânicas de
opressão policial a um processo penal que beira as raias da mais absoluta
loucura, onde a defesa tem a porta estreita de tal modo que mal se pode falar
em detalhes sexuais e onde a vitima, mesmo criancinha entupida de remédios para
distúrbios psíquicos, é tratada como a dona da mais absoluta verdade.
A situação de Laércio chegou ao ponto que os americanos chamam
de “no return point”, posto que ficou
de tal modo escabrosa que se for absolvido, o prisioneiro estará livre mas com
a vida destruída e de impossível habitabilidade na capital paranaense,com a condenação previa do populacho sempre mal informado pela mídia que o suga, mesmo
assim sem nenhuma retratação ou compensação estatal. Se for condenado, certamente
o será por base em depoimentos e conjunto probatório inconsistente, mesmo assim
a dezenas de anos de aprisionamento, por parte de um judiciário que solta
genocidas sob a alegação de falta de provas, e por incrível que pareça passou
menos tempo na cadeia que ele, apesar das toneladas de documentos e áudios das
ordens de execução.
Tal situação não mais pode prosperar, e apesar de certeiras duvidas
de que haverá mudanças no trato com crimes de ordem sexual nos Estados depois deste triste exemplo, Laercio
não mais pode permanecer preso por mais de ano e meio apenas por ter sido um
falastrão infantilóide, interessado em jactar-se em relacionar-se com moçoilas e prazeres carnais do que no verdadeiro
crescimento interior.E tome Terceiro Mundo...